Gafanhoto caramelizado, usado na decoração de bolo cuja receita leva outros insetos |
"Vejo isso como o próximo passo para a introdução de insetos nos menus dos restaurantes da Holanda. Também espero que as pessoas comprem o livro e passem a comer insetos em suas casas", disse Marcel Dicke, professor da Universidade de Wageningen, especializada em produção de alimentos.
Pesquisas de cientistas da universidade mostraram insetos pode ser uma grande fonte de proteína para as demandas da população crescente. Atualmente, 70% da terra usada para a agricultura serve para a criação de gado. De acordo com Dicke, quando a população mundial chegar a 9 bilhões, em 2050, será difícil fornecer proteína o bastante para todos, porque não haverá terra o bastante para produzir gado.
O valor nutricional de insetos é similar ao da carne, e as emissões de gases para a produção desses animais é centenas de vezes menor que a envolvida na produção de porcos, por exemplo. Segundo Dicke, porém, países onde há uma grande incidência no consumo de carne apresentarão maior resistência ao consumo de insetos.
Como não são todos que estão habituados à compra e ao preparo de insetos, já há restaurantes que colocaram os bichinhos em seus menus e os oferecem aos interessados. O Specktakel, de Haarlem, perto de Amsterdã, é um deles - tem várias opções, inclusive uma torta de carne com nozes, sementes e minhocas, a sugestão do mês.
Mas o chefe do restaurante, Mark Van Kimmenaede, alerta que os insetos não devem se popularizar muito por causa do sabor. "Não vão bem com peixe, por exemplo. É legal ter um ou dois pratos com esses ingredientes, mas não farão muito sucesso", conclui.
fonte: http://www.estadao.com.br/